Cristianismo sem Cristo, cristãos sem Cristo !

 

A igreja primitiva tinha algo de sobrenatural que perdemos ao longo da história. No livro de Atos dos Apóstolos temos o relato de como se movia e como se desenvolvia a igreja no primeiro século da Era Cristã: – “Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações. Todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apóstolos. Os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo as suas propriedades e bens distribuíam a cada um conforme a sua necessidade. Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração, louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava diariamente os que iam sendo salvos” (At. 2:42-47).

A igreja original, a igreja mãe, recém saída das mãos criativas do Espírito Santo no Pentecostes é descrita no livro de Atos dos apóstolos. Como é ela?

PRIMEIRO: NELA ENCONTRAMOS INTENSA DEVOÇÃO A VERDADE DIVINA: Todos continuavam firmes no ensino dos apóstolos. Deste ensino e desta crença é que saiu o Credo dos Apóstolos, um sumário de todo ensino apostóloico registrado na Bíblia.

SEGUNDO: HAVIA ADORAÇÃO - A FUNÇÃO CENTRAL DA IGREJA. A igreja não é e nem pode ser um movimento cruzado em prol de causas. Ela é a reunião de crentes para adorar a Deus. 

TERCEIRO: UNIDADE: TODOS OS CRIAM ESTAVAM ESTAVAM JUNTOS. Tal unidade era demonstrada no amor  entre eles, no cuidado demosntrado de uns para com outros, no compartilhar de seus bens, especialmente os bens espirituais, fruto da recomendção do Senhor: "Isto vos mando, que vos amei uns aos outros".

O evangelho nesta época deixava os cristãos felizes e vibrantes. O evangelho os excitava. O cristianismo era, e é, contagioso. Não é uma mera religião coruscante, mas flamejante; não é exibição, mas explosão. Os cristãos são pessoas radiantes e irradiantes, por que pertencem a Cristo.

A igreja é " uma raça nobre ", seus membros são santos - não por que tenham alcançado, este status por seu desempenho, mas por que o receberam como um dom da graça de Cristo por meio da fé nele. Este é o caminho de santidade. Mas com este elevado status vem um dever: viver de maneira santa, apoiando-se firmemente no Espírito Santo.

Infelizmente, hoje, não é assim. Temos santuários-shopping, líderes espirituais que disputam holofotes com celebridades midiáticas, gente que emprega o nome de Deus em busca de ascensão política e social. A busca de projeção pessoal passou a ter mais importância do que a simplicidade da pregação do Evangelho da Salvação em Cristo Jesus. Os orçamentos das igrejas agigantaram-se e pouco se dedica ao cuidado de pessoas. O povo está desorientado, muitos fiéis não sabem quem é o cabeça da igreja e poucos conhecem o Salvador.

Jesus Cristo é o mesmo de ontem e não mudará no amanhã. A mensagem do Evangelho não mudou. É tempo de resgatar a simplicidade da igreja e da própria vida. É tempo de olhar para trás e voltar a ser família cristã. É tempo de amar a Deus e ao próximo. É tempo de viver a dor do outro como se a dor doesse em você. É tempo de marchar na construção e reconstrução de paradigmas, tempo de lembrar que Deus quer ser ouvido e participar de sua vida. Tempo de orar, compartilhar e ser generoso. Tempo de destronar o ego e entronizar o Espírito Santo de Deus. Tempo de deixar Deus soprar novos ventos no curso da própria vida. Tempo de parar, descansar, viver o hoje e deixar para Deus as preocupações com o amanhã. Tempo de regozijar-se diante da magnífica obra de Deus estampada na natureza; tempo de manifestar gratidão a Deus por respirar e existir. Tempo de deixar o sobrenatural de Deus invadir a minha e a sua vida. Tempo de desfrutar a paz de Jesus Cristo, a paz que excede a todo entendimento. Tempo de ser José ou Maria, de ser João ou Benedita, só homem ou só mulher. Tempo de construir relacionamentos consistentes e saudáveis; tempo de brincar com o filho e honrar pai e mãe. Tempo de ser você – você com Deus; pois não temos o controle da vida, não somos donos de ninguém e não sabemos quando se dará o fim de nossa existência terrena. E, ainda que as coisas não andem bem, ainda que Deus não tenha revelado tempos ou datas acerca da consumação dos séculos, podemos ter a certeza de que o mesmo Jesus que ascendeu aos céus, depois da ressurreição, um dia voltará para estabelecer o seu reino de glória e de justiça com os seus (At. 1:7-11). O penhor da nossa fé é Jesus Cristo. Por isso podemos entoar o cântico do apóstolo Paulo e declarar firmemente: “Diante de Deus ninguém é justificado pela lei, pois o justo viverá pela fé” (Gálatas 3.11). Ser Família Cristã é viver pela fé, viver Cristianismo com Cristo. Vivamos então pela fé!

 

 

 

 

 

 

Tempo Rancharia